Quando iniciamos este projecto sabíamos que as bases seriam 100% Montessori e que, por isso, a AMI ( Association Montessori Internationale: Home) estaria envolvida. Estabelecemos os contactos, apresentamos o nosso projecto, a nossa equipa e quão em crescimento Montessori está em Portugal! Foi com enorme expectativa que recebemos o convite para irmos a Oxford conhecer um membro da AMI e, simultaneamente, a fundadora de uma escola Montessori em Inglaterra. Sabíamos que seria uma oportunidade única de conhecer o espaço, a organização e a dinâmica da escola, e de fazer perguntas sobre os principais desafios que enfrentam na gestão de uma escola Montessori.

A fundadora contou-nos que aquela foi a sua casa há mais de 30 anos, altura em que se viu desempregada e começou a receber um grupo de 5 crianças para tomar conta. Numa ida a Londres, viu uma banca de brinquedos Montessori que despertaram o seu interesse. Mais tarde, decidiu inscrever-se  num curso para Assistente Montessori que iria mudar a sua vida. Começou por utilizar parte da casa para receber as crianças, já com um ambiente Montessori montado até que, devido ao  potencial e ao crescimento da sua escola, hoje a casa é exclusivamente uma escola Montessori.

Chegamos por volta das 10h e encontramos uma quinta, com imenso jardim, animais e várias casas (soubemos depois serem espaços distintos: um “baby room”, um “infant community” para crianças que já andam e a “casa dei bambini” para crianças com mais de 30 meses). Todo o espaço é simples, com cores discretas, organizado e bastante amplo. O barulho era reduzido, embora estivessem mais de 60 crianças na escola: ao todo, têm 110 crianças distribuídas pelos 3 edifícios.

De tudo o que vimos o que mais me impressionou foi a hora do almoço: o almoço acontece no mesmo espaço onde decorrem as actividades durante o dia, pelo que pressupõe um trabalho de arrumação das últimas actividades e de preparação das mesas e do espaço para que se sirva o almoço. Pois bem, para surpresa minha, toda a logística de arrumar as mesas, trazer as cadeiras, pôr as toalhas, os pratos e os copos (de vidro) para os respectivos lugares foram exlusivamente feitos pelos meninos. Era perceptivel o grau de autonomia e de responsabilidade naquele momento, os mais velhos ajudavam os mais novos e havia um ambiente organizado e calmo para que a refeição acontecesse.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As babetes que foram colocadas para a refeição também foram geridas pelos mais pequenos: um pano à volta do pescoço e uma mola atrás. Aqueles com destreza suficiente, colocavam-nas sozinhos, os mais pequenos não procuravam o adulto na sala, mas sim um colega mais velho que estivesse disponível para ajudar. A ideia de cooperação entre todos, a alegria na ajuda ao próximo e o sentido de compromisso estavam bem visíveis naquelas dinâmicas entre as crianças.

No momento em que a comida veio, disposta ela também em mesas pequenas, da mesma altura das restantes, os meninos organizaram uma fila e foram eles próprios a servirem-se com a presença de uma Assistente. Naquele momento, foi perceptível para nós que também à luz da filosofia, se procura fomentar uma relação de autonomia e de responsabilidade para com a comida que servem o seu prato e nas doses que irão comer. O adulto tem um papel de coordenação, mas toda a tarefa de servir e de colocar o prato (cheio de comida) no respectivo sítio na mesa é feito pelas crianças.

Viemos de coração cheio, impressionados com toda a dinâmica, todos os valores que são transmitidos e pelo potencial do ambiente que se vive numa escola Montessori!

Rosana

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