É indiscutível que a escolha de uma escola é uma decisão importante. Partilho convosco aquilo que considero serem os passos a dar na procura de um ambiente para os nossos filhos.
O primeiro passo
Uma coisa certa: não existem escolas perfeitas. Depositar na busca de uma escola essa expectativa é criar uma angústia grande que pode acabar numa frustração ainda maior. No entanto, existem escolas que se aproximam mais dos nossos valores enquanto pais e que podem ser um excelente fit às nossas necessidades. Deste ponto de vista, o primeiro passo é fazermos uma lista daquilo que, enquanto pais, valorizamos mais na educação dos nossos filhos: O que procuramos numa escola? Que fatores consideramos essenciais? Não há certos nem errados, há só aquilo que é importante para nós e para os nossos filhos. Depois de esta lista estar feita, há que ordená-la do mais importante para o menos importante e estarão prontos para saírem em busca das escolas J
Observar
Pode ser necessário mais que uma visita às escolas, algo que em Portugal não estamos muito acostumados (principalmente se falamos de escolas públicas!). A observação surge como sendo uma ferramenta chave e é muito importante percebermos o que é que o ambiente e as pessoas com quem falamos nos transmitem. Isto pressupõe ir para além das palavras e daquilo que é mais visível aos olhos. Aspetos como observar como as crianças se movem no ambiente, como são as suas e as reações dos educadores e como se relacionam com os objetos do ambiente, dão-nos dicas que nos permitem construir uma opinião sobre uma escola.
Questionar
É imprescindível que sejam esclarecidas todas as dúvidas. Perguntar é a forma mais legítima que temos de ficar a conhecer um local e beneficia ambas as partes, por isso, não há que ter receio de colocar todas as questões que nos surjam. Às vezes, é só quando saímos da escola, que acabamos de visitar, que nos surgem mais questões. É essencialmente por isso que precisamos de uma segunda visita e quiçá de um telefonema.
Para além das perguntas feitas à própria escola também podemos questionar os pais cujos filhos já frequentam a escola. Nunca tinha pensado nisto, mas em tempos tive uma mãe que veio ter comigo e que muito abertamente me perguntou o que eu achava da escola das minhas filhas e se estava satisfeita. Não me senti nada incomodada com a abordagem, muito pelo contrário, fiquei satisfeita por poder dar a minha opinião e contribuir para a decisão daquela mãe.
Indecisos?
É uma estratégia velha e cheia de barbas, mas ainda assim eficaz! Façam uma lista de prós e contras, não só sistematiza ideias como nos dá uma ajuda muito visual ao estruturar o nosso pensamento.
Seguir o coração
Ambíguo, eu sei! Mas há sensações que não são totalmente racionais e é importante que tenhamos confiança na nossa decisão. Todo o processo deve ser feito, pelo menos, a dois para que possamos partilhar ideias e perceber se ambos partilham da mesma opinião.
Escolher pode ser uma decisão marcante, não podemos no entanto esquecer que a família é a principal referência da criança e que é nesse contexto que se aprendem valores importantes. Por isso, por mais relevante que esta decisão nos possa parecer, há muitos outros aspetos igualmente relevantes que contribuem para o desenvolvimento da criança.
Espero que este artigo possa ser útil. Entretanto, se nos quiserem vir conhecer, iremos ter nova sessão da apresentação da Escola Montessori do Porto dia 22 de julho (domingo) às 10h. Tragam a vossa lista daquilo que mais valorizam na educação dos vossos filhos e todas as vossas questões. Até já!
Link do evento para mais informações.
Joana Magalhães