Nós “somos o que comemos”, mas muito mais do que isso…aquilo que escolhemos para as nossas refeições pode influenciar o futuro do planeta!

A alimentação é uma necessidade básica, contudo não é suficiente pensar numa alimentação saudável, é necessário uma alimentação sustentável. Quando nos alimentamos sem consciência, o consumo é desenfreado, desmedido, e atenta à sustentabilidade do nosso planeta. Temos de pensar na forma como comemos e como escolhemos os nossos alimentos.

Esta é uma preocupação mundial, refletida nos objetivos para um desenvolvimento sustentável definidos na cimeira da ONU em 2015, através da agenda de ação até 2030 que contempla 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pretendendo criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas.

Maria Montessori através da sua máxima “seguir a criança”, referia-se ao respeito pela criança, permitindo-lhe aprender, crescer, ao seu ritmo, segundo os seus interesses e as suas necessidades, tornando-se um ser ativo da sociedade da qual faz parte.

Este respeito é transversal a todos os seres vivos, permitindo o crescimento saudável e com qualidade dos animais e plantas, evitando o recurso a químicos na agricultura bem como a criação de animais em meios artificiais e sem respeito pela sua vida.

Defende-se assim uma alimentação com base em produtos biológicos, locais, da época, evitando processados e açúcares, para desta forma poder diminuir a nossa pegada ecológica, promovendo uma maior sustentabilidade da Terra em que vivemos.

Permitindo ainda às crianças uma maior tomada de consciência do que implica a alimentação, que para que cada alimento chegue ao nosso prato, é necessário que alguém plante ou crie, cuide, colha, cozinhe… perceber o processo da transformação da semente num legume ou fruta, permitindo que as crianças aprendam como combinar o prazer com a responsabilidade nas escolhas diárias, apreciando a importância social e cultural da comida.

Teremos na Escola Montessori do Porto, diversos projetos educativos em torno da alimentação, desde plantar vegetais, aromáticas e flores na nossa pequena horta, acompanhar o processo de crescimento, colher e confecionar com estes. Teremos ainda dinâmicas de sensibilização com a nutricionista Mariana Bessa (projeto Nutrir) (1) e a Chef Lurdes Lourenço (projeto Barriguinha Cheia) (2) que são uma super dupla e serão as responsáveis pela elaboração e confeção das ementas para lanches e almoços da escola.

Assim, também ao nível da alimentação procuramos ser consistentes com os princípios da Pedagogia Montessori, através do respeito pelo outro, pelos animais e pelo meio ambiente, tornando-nos conscientes da nossa alimentação e da nossa pegada ecológica.

Reforçamos ainda a ideia de minimizar o desperdício, pelo que cada criança aprende a servir-se o que necessita em termos alimentares e ao fim de cada semana verificaremos a quantidade de desperdício, desta forma promovemos a autonomia, responsabilidade e consciência de cada um nas suas escolhas e o seu impacto.

E porque na nossa cultura o que é importante celebra-se à volta da mesa, teremos sempre por base a ideia de que a alimentação significa disfrute, partilha, cultura e convívio, e desta forma os adultos e crianças fazem as refeições juntos, sendo um ótimo momento para promover “graça e cortesia”.

Boa semana

Joana Rebelo

 

P.S.: Deixo-vos para maior reflexão sobre o tema, um e-book sobre “Alimentar o futuro: uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar” realizado pela Associação Portuguesa de Nutrição.

http://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/E-BOOK_SUSTENTABILIDADE.pdf

  1. Nutrir_ http://www.nutrir.pt/
  2. Barriguinha cheia_ https://www.barriguinhacheia.pt/
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